quarta-feira, 24 de agosto de 2005

Pormenor (2)
Em Lisboa anda um motard muito original. A sua moto não tem motor, tem pedais... enfim, é uma bicicleta. Nitidamente, que o seu desejo é ter uma Honda, Yamaha, Kawasaki, ou qualquer coisa do género, mas como os tempos são de crise a bicicleta tem mesmo de servir (só o que poupa em combustível...). No entanto, o dito motard, leva a sua "máquina" muito a sério: estaciona-a sempre no parque das motas e anda nela como se fosse a "verdadeira", ou seja, capacete com viseira (acho que está partida, mas em pleno Marquês de Pombal foi difícil reparar nesse pormenor), mete-se por entre os carros (não sei como não foi ao chão), fez um arranque à motard quando o sinal ficou verde (ou pelo menos tentou, mas apenas ia sendo atropelado pelo carro que estava atrás)... Um exemplo para os viciados nos automóveis. Afinal, a bicicleta é mesmo o melhor veículo para andar na cidade. Corre-se sérios riscos de levar com um carro em cima, mas não há preocupações com o estacionamento!!!!!

Um verdadeiro profissional da bola

«Sabemos que iremos sentir a sua falta como pessoa e como jogador.» Foram estas as palavras com que José Mourinho se despediu de Tiago. O jogador demonstrou ser um verdadeiro profissional da bola na hora do adeus a Stamford Bridge. Tiago apercebeu-se que não iria ser muito utilizado e sendo ainda um jovem jogador pediu a Mourinho para sair, pois queria aproveitar a proposta do Lyon e assim ir para um clube onde possa cumprir o objectivo de estar no Mundial em 2006. José Mourinho quando não gosta, não gosta mesmo (veja-se o caso de Ricardo Carvalho), mas quando um atleta lhe mostra o respeito como Tiago o fez, o técnico tomou a única atitude possível: apoiar o médio e não lhe "cortar as pernas".
Admito que admiro muito Tiago. Já tive a oportunidade de o conhecer e pareceu-me ser realmente um jogador bem diferente dos "cromos" que por aí andam. Sabe que tem qualidade, mas não deixa o sucesso subir à cabeça. Foi com pena que o vi sair do Benfica, mas o Chelsea não era clube para dizer não, e Tiago evoluiu muito numa época com Mourinho. É com ainda mais pena que o vejo sair da equipa londrina, principalmente abandonar um dos (senão o) melhor campeonato do mundo. Nesta sua nova aventura, agora por França, desejo-lhe a sorte que tanto merece. Que triunfe no Lyon e que esteja presente com a selecção no Mundial 2006.

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Pelé? Quem?

O Papa pode até perceber lá de religião, pelo menos assim se espera dado o cargo que tem, mas de futebol... O desporto, que afinal é uma religião para milhões e milhões de pessoas, não é um dos pontos fortes do Bento XVI, que conseguiu fazer o que se pensava ser impossível: não reconheceu Pelé. O grande Pelé, o que muitos consideram o deus do futebol (os argentinos aqui têm outra opinião, com a qual estou de acordo, mas já lá vamos), foi visitar Sua Santidade o Papa e eis a magnífica frase com que o ex-jogador foi recebido: "Ah, és do Brasil?!" A situação só não ficou mais caricata porque um "ajudante" acorreu a explicar a Bento quem era que estava a cumprimentar: "É um futebolista", disse-lhe e o Papa lá assentiu, não parecendo, contudo, lá muito entusiasmado.
Ora, as más línguas não se fizeram esperar, para além do Papa ter feito uma traição aos fiéis do futebol, traiu ainda mais os brasileiros, pois já se diz que os argentinos é que têm mesmo razão: Maradona é o verdadeiro deus do futebol (pelo sim, pelo não, se El Pibe for visitar o Papa é melhor dizer logo quem é... só para precaver)!!!

domingo, 21 de agosto de 2005

O mundo fantástico de Tim Burton
Vive num mundo próprio durante grande parte do seu tempo. De vez em quando "desce à terra" e oferece-nos a oportunidade de "voar" até um mundo fantástico. A sua visão de um imaginário que, afinal, não pertence só às crianças, pois há adultos que têm essa capacidade de nos fazer sentar numa sala de cinema e passar umas horas de pura diversão, é simplesmente fenomenal. O génio de Tim Burton voltou a atacar e Charlie and the Chocolate Factory (em português não se inventaram títulos desta vez: Charlie e a Fábrica de Chocolate) é mais um primor da sua genialidade.
Pormenores da história? Vão ver o filme, é só o que posso dizer. Depois de Big Fish (O Grande Peixe), Eduardo Mãos de Tesoura, O Estranho Mundo de Jack, etc, etc, Charlie e a Fábrica de Chocolate volta a transportar-nos para o que apenas pensamos existir na imaginação de cada um. Tim Burton é o mestre em realizar sonhos e fá-lo sempre com extrema inteligência, não esquecendo as "lições", algumas transmitidas através de metáforas, outras bem explícitas.
Quanto a Johnny Depp, é a excelência de um actor do mais versátil que existe (é impressionante como a Academia continua a "esquecer-se" dele). A sua elevada qualidade é a ideal para recriar na perfeição os mundos imaginados por Tim Burton. E não surpreende que o realizador recorra a este actor, tal como não surpreende que Johnny Depp nem tivesse olhado para o argumento quando lhe foi sugerido. Não hesitou em participar no filme e, também não surpreende, tem mais uma interpretação de luxo.
Este filme é um "must". Afinal, quem não gostava de viver no mundo do chocolate?...

quinta-feira, 18 de agosto de 2005

Que saudades do "saco azul"!!!

Deve ser o que mais se diz em Felgueiras. Com Fátima Felgueiras, essa inocente, perseguida pela justiça... tão inocente que fugiu para o Brasil, longe da Câmara Municipal, lá se foram as ajudas financeiras para Felgueiras (clube - isto é Felgueiras a mais numa só frase, mas teve de ser). O famoso "saco azul" rompeu e a equipa de futebol é uma vítima disso mesmo, pois acabaram-se as ajudas vindas da autarquia. O clube não liquidou a sua dívida ao Fisco (cerca de 245 mil euros) e acompanha o Alverca na forçada descida de divisão. Um adeus à Liga de Honra, um olá amargo à II Divisão, isto se pagar os 333 mil euros que deve à Segurança Social, senão a queda ainda agora começou.
Parece que o anunciado regresso de Fátima Felgueiras à terra já vai ser tarde para salvar o clube, mas como já se candidatou novamente à presidência Câmara, em quatro anos de mandato tudo pode acontecer (claro que pelo meio falta realizar um julgamento, mas isso parece ser pormenores para a autarca, que rouba, mas depois tem direito a uma belas e longas férias no Brasil. Tudo para provar que está inocente, que não haja dúvidas disso...).

terça-feira, 16 de agosto de 2005

A mediocridade imerecida do atletismo português
Portugal lá fez uma exibição, a meu ver, medíocre nos Mundiais de Atletismo. Vamos sempre para estas provas internacionais com um discurso de que temos grandes atletas e que as medalhas vão aparecer. Não dúvido que temos atletas de qualidade, mas a verdade é que quando chega ao "momento da verdade" as medalhas vão sempre parar a outros pescoços. Uma mediocridade imerecida de uma modalidade que digna de muito mais respeito por parte de quem pode e deve ajudar, melhor, cumprir com a obrigação para com os profissionais.
É a mentalidade portuguesa no seu melhor, pois o dinheiro continua a ser gasto nas futeboladas (para isso há sempre milhões para tudo), mas para o apoio aos atletas para que estes treinem em condições, só se encontra é dificuldades e a muito custo lá vão os eurozitos, que quase parecem ser dados por favor.
Os meus parabéns à Susana Feitor e ao Rui Silva. À marchadora também digo: "porra, até que enfim"; já ao atleta especialista dos 1500 metros, foi pena que a prata tenha fugido por tão pouco, mas o bronze é uma honra. Contudo, não deixou de ser curioso que o "comum" português tenha falado mais do que o Obikwelu não fez, do que a Susana e o Rui fizeram. Francis Obikwelu que nem é português, que nem treina em Portugal, mas como usa as cores do nosso país e de vez em quando lá se intromete na luta com os norte-americanos ganhou mais fãs.
É pena que os portugueses só se lembrem do atletismo nos Jogos Olímpicos. É pena que os feitos da Susana e do Rui sejam tão rapidamente esquecidos. É pena que se fale em projecto olímpico, mas são tão poucos os que se dedicam em fazê-lo funcionar. É pena que neste país não se perceba que há mais no desporto que o futebol e se o dinheiro não andasse a ir para os bolsos pessoais de uns, ou para o pontapé na bola, se calhar poderiamos aproveitar os inúmeros talentos que Portugal tem, seja no atletismo, na canoagem... e assim talvez a nossa realidade desportiva fosse bem diferente. Em vez de viver de uma ou outra inspiração da selecção nacional de futebol, poderíamos igualmente festejar o orgulho de sermos grandes em outros desportos. Utopia, eu sei...

Árbitro deu a mão à palmatória

Em Portugal isto seria impensável, já que os nossos árbitros acham-se os supra-sumos da função: Steve Bennett, árbitro do jogo Arsenal-Newcastle não só admitiu que errou aos expulsar Jermaine Jenas, jogador dos magpies, como pediu à Federação inglesa que o cartão vermelho fosse substituído pelo amarelo. Pedido prontamente aceite e que evita a suspensão de Jenas.
É certo que a expulsão logo aos 31 minutos de jogo condicionou o Newcastle, que acabou mesmo por perder (2-0), mas dado que nada pode apagar o erro do árbitro, pôde-se pelo menos reduzir as consequências. Pelo menos Bennett relembrou que afinal é humano e que pode enganar-se, mas ao contrário de outros países, o juiz inglês mostra que ser humano não está só nos erros, está no admitir, pedir desculpas pelo sucedido (e fê-lo) e evitou um castigo injusto.
Mais uma vez, o jogo está perdido, mas são situações destas que colocam a Premier League como um dos melhores campeonatos do mundo, enquanto outros resumem-se a uma mediocridade gritante, que, pior de tudo, agrada à maioria de quem "manda".

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Supertaça da desgraça

Em circunstância normais, a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira deixaria seis milhões (ou qualquer coisa do género) de benfiquistas muito felizes, afinal sempre é um dos troféus importantes em Portugal. Porém, ficou satisfação, mas principalmente muita preocupação. Nuno Gomes disfarçou aquilo que se prevê: uma época para esquecer. A defesa, o meio-campo e aquele pseudo-ataque não são dignos de uma equipa campeã nacional. Ou chegam reforços rapidamente, ou então o Benfica vai voltar à mediocridade dos últimos onze anos e é melhor nem pensar na humilhação que deverá ser a participação na Liga dos Campeões. Enfim, a Supertaça poderá ser mesmo o único troféu da temporada, a não ser que Koeman faça milagres, mas acho que o holandês é "apenas" um treinador e não pode inventar soluções que Veiga e Vieira não arranjaram, só porque meteram na cabeça que têm de arranjar alguma vedeta para o Benfica. Nem vedeta, nem o simples atacante que se pedia. Ninguém exigiu um Ibrahimovic ou um Henry, apenas um avançado que marque golos e há muitos, mas é preciso ter pessoas competentes que saibam onde procurar.

sábado, 13 de agosto de 2005

Pormenor (1)
É algo que tem sido sujeito a opiniões distintas: porque raio é que a proa de um barco está em cima de um contentor das obras de uns prédios??? A mais ouvida é que o construtor é supersticioso e quer levar a obra a bom porto. Não parece estar a resultar, pois já lá vão vários dias em que se veja viva alma a trabalhar... Afogaram-se?!

sexta-feira, 12 de agosto de 2005

Acabaram-se as poucas vergonhas

Na China acabaram-se os decotes e não só. Parece que o governo chinês está muito preocupado com a imagem que os funcionários públicos passam e como Pequim vai receber os Jogos Olímpicos (JO) em 2008, resolveram proíbir decotes, maquilhagens "berrantes" e até sandálias! Mas não são só as mulheres a serem afectadas por não poderem mostrar um pouco do seu corpo, pois os homens não podem ter cabelo comprido e nada de usar calções no trabalho. Caso a lei seja desrespeitada, os infractores não poderão entrar no local de trabalho e ainda serão penalizados no relatório anual de avaliação. Isto tudo começou porque uma tal de Agência Nova China afirmou que os funcionários públicos chineses têm uma imagem muito pior que a dos japoneses ou a dos ocidentais. Cá queixamo-nos que os nossos funcionários públicos são velhos/as antipáticos/as que nunca ajudam em nada (felizmente que há excepções e ainda se podem vestir como gostam), na China se se é bonito/a e se se quer mostrar alguma parte do corpo é melhor arranjar outro emprego!!!

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Dádiva da Natureza (1)

terça-feira, 9 de agosto de 2005

O contra-ataque de Vieira
Como era de esperar, Luís Filipe Vieira contra-atacou e lá mandou umas "bocas" em resposta às insinuações de Dias da Cunha (volto a repetir, tão amigos que eles quiseram parecer ser há alguns meses). Mas também elas são, no mínimo, para rir um pouco, senão vejamos: o presidente do Benfica acusa o homólogo do Sporting de apenas falar «quando vê uma câmara de televisão» e que não faz as mesmas declarações no que considera ser o local ideal, as reuniões da Liga - curiosamente Vieira não perdeu a oportunidade de responder a Dias da Cunha por um jornal, neste caso O Jogo. Adiante. «A luta pela regeneração do futebol não é nenhum "reality show", a que apenas se alude quando há tempo de antena». "Reality Show" é aquilo em que Vieira vive, pois ele sim, quando vê uma câmara de televisão é só sorrisos e toca a enfiar kit de sócios nas malas dos adeptos, desliga-se a câmara e toca a virar as costas a esses mesmos adeptos.
Depois diz a minha frase preferida da entrevista: pode «ser ele [Dias da Cunha] a nomear os árbitros para as partidas do Benfica e ainda a assumir o papel de observador do árbitro». Esta é simplesmente fenomenal, pois mais ridícula não podia ser (cá para mim, é o desejo secreto de Vieira, ser ele próprio a ter fazer tudo, mas foi uma "chalaça" com piada para o dirigente do Sporting).
Ainda temos o tal "sistema". Que ele existe, nem dúvido, afinal o futebol português está no estado que está devido aos jogos de poder que se realizam bem longe dos relvados e ele não existe só quando o Sporting não é campeão, como refere Vieira, o "sistema" está sempre presente e ganha desportivamente quem melhor o souber manejar.

segunda-feira, 8 de agosto de 2005

Cala-te Dias da Cunha
Ainda a época não começou e os dirigentes já estão a dizer disparates. Dias da Cunha, presidente do Sporting, abriu as hostilidades, mas, mais uma vez, perdeu uma boa oportunidade para estar calado. O dirigente resolveu virar-se contra o Benfica (tão amigos que eles eram há alguns meses, por altura do Manifesto) e dizer que os encarnados vão voltar a ser carregados ao colo. Depois admiram-se que o campeonato português seja medíocre. Com estes dirigentes, e aqui inclui-se todos, não só o presidente dos leões, a tentarem ser os principais protagonistas, quando o que mais se desespera é por ver futebol. BOM FUTEBOL! Algo que raramente acontece neste país. O campeonato é impossível estar equilibrado por cima, pois os bons jogadores recusam-se a actuar na Superliga e os atletas de qualidade que temos, só pensam em sair. Afinal os presidentes adoram o mediatismo e, infelizmente, roubam-no aos jogadores. Ao Dias da Cunha digo: que tal se preocupar com o clube e deixar as bocas parvas, pelo menos, para quando a época arrancar (mas o melhor mesmo era estar calado, claro que isso é impossível...).

«Tiques de autoritarismo»

Há uns dias o Valentino Loureiro veio a público dizer que Marques Mendes sofre de «tiques de autoritarismo». Ora, o Major está com dor de cotovelo por ter sido excluído das listas do PSD, que lá acharam melhor deixar de fora das autárquicas políticos que estejam a ser julgados por corrupção. Depois de muito pensar em mais um dos muitos comentários ridículos do Major, sim porque não me parece que o Marques Mendes, o político bodyboarder (estou a tentar não gozar com este hobby dele), seja candidato a ditador, lá cheguei a uma simples conclusão. Ao seu Major Valentim Loureiro apenas deixo um banal, mas que diz tudo: OLHA QUEM FALA!!!!!!!