sábado, 3 de dezembro de 2005

A milésima execução
Kenneth Boyd não passará de mais um número na lista de condenados à morte. Mas um número "especial": a sua execução foi a milésima nos Estados Unidos, desta feita na Carolina do Norte, desde que a pena de morte foi reatada em 1976. Era um confesso assassínio da sua esposa e sogro, estando no corredor da morte desde 1988. Contudo, é impossível não pensar até que ponto será justiça matar quem matou. Não será esse um ciclo vicioso? Afinal a pena de morte, nos estados onde está implementada não diminuiu o crime relativamente aos estados que optam por outros meios de castigo. A pena de morte é um dos temas sensíveis de uma sociedade que se diz moderna, mas que ainda utiliza meios arcaicos para impor a força. Os protestos contra a pena de morte fazem-se ouvir sempre que uma execução está prestes a acontecer. Porém, é pouco. Não digo que não haja quem mereça a morte, no entanto, um castigo humilhante em vida, para toda a vida (que quanto mais longa for, melhor) é, para mim, uma "vingança" mais justa, pois a morte parece-me uma saída demasiado fácil para quem fez sofrer não só quem tirou a vida, mas todos os que ficaram, família, amigos... Enfim, tema delicado e que cada um tem direito à sua opinião. A título de curiosidade, o estado do Texas é recordista absoluto de execuções, com 355, muitas das quais aconteceram quando George W. Bush, aquele presidente anedótico (para não dizer pior), era governador. Segue-se Virginia com 94 (!). Falta saber quantos destes condenados eram inocentes, pois se a prisão é má, pode não ser permanente, subsistindo a possibilidade da verdade ser descoberta. A morte? Essa não tem solução.

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