Desespero de um jornalista

Ao assistir a um vivo de um jornalista da SIC não pude deixar de sentir o desespero por que passou. Durante a cobertura do regresso da coluna de bombeiros portugueses que esteve na Galiza, o jornalista em causa foi falar com a única mulher que pertenceu a este grupo. O desgraçado bem tentou fazer perguntas, mas as respostas ou eram um incómodo silêncio, ou então «sim», «foi»... Adiante, passou ao próximo bombeiro, sem grandes resultados, mas à terceira lá acertou. Pelo menos não respondeu com monossílabos. Pelo contrário. Falou demais. Pergunta (que não foi das melhores, diga-se): «Prefere combater fogos em Portugal ou em Espanha?». Resposta: «Em Portugal.» Não querendo ser desmancha prazeres, mas eu preferia que não os tivesse de combater... seria bom sinal!

Uma última nota. O ministro António Costa lá estava na recepção aos bombeiros. Só um pequeno conselho, que vale o que vale vindo de mim: senhor ministro, quando se fala de centenas de hectares de floresta queimada, quando se fala de fogos que continuam a devastar o nosso país que já provocaram dez mortos, não se responde com um sorriso nos lábios, como o fez! Não razão para sorrir, nem para ficar bem na televisão.