domingo, 9 de julho de 2006

Temos campeã: la bella Italia conseguiu
Nunca vi tanto "italiano" no meu local de trabalho. Festejou-se o golo de Materazzi e o penalty vencedor de Grosso quase como se fosse um português por detrás de cada remate! E a expulsão de Zidane mereceu um forte aplauso!
Mas falando do jogo propriamente dito, foi péssimo! Também não esperava nada de especial, pois frente-a-frente estavam duas equipas que se preocuparam mais durante o Mundial em não sofrer golos, do que em marcar (excepto o último jogo da França no grupo, quando precisou de ganhar). Os primeiros 20 minutos ainda se viu algum bom futebol, mas depois do 1-1 estar feito... nada, ou quase nada!
Rapidamente se percebeu que só em penalties se iria conhecer o campeão. E assim foi. Trezeguet ficou como o vilão da noite, ao falhar a única grande penalidade.
Grande jogo de Cannavaro, que bem merece o prémio de melhor jogador do Campeoanto do Mundo e Pirlo não lhe ficou atrás. 24 anos depois a Itália voltou a tocar na Taça e é tetracampeã com todo o mérito.
Catenaccio não tem nada de bonito. Os italianos praticaram um futebol excessivamente cínico. Mas ganharam. A única mancha no trajecto foi aquele penalty absolutamente inventado nos oitavos-de-final com a Austrália. Foi também o início da importância de Grosso, um lateral esquerdo discreto e que agora jamais será esquecido. Não só ganhou esse penalty, como marcou o primeiro golo nas meias-finais frente à Alemanha e foi o autor da grande penalidade da vitória do Mundial.
Excelente o trabalho de Marcello Lippi. Com o calciocaos a marcar a agenda italiana, conseguiu manter os seus jogadores concentrados no objectivo. Buffon foi brilhante (sofreu um auto-golo e outro golo de penalty apenas); Materazzi quase fez esquecer Nesta; Pirlo é do melhor que há; Gattuso é quase perfeito; Zambrotta foi excelente. Desilusões? Totti e Luca Toni, mas não por culpa própria. Numa cultura táctica excessivamente defensiva é difícil brilhar no ataque.
Pessoalmente, considero que ganhou a melhor equipa. O futebol bonito é uma utopia. Importante é a eficácia, depois vem o espectáculo. O título fica em Itália os próximos quatro anos e está bem entregue.


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